sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Eu gótica.



´´Não há espaço suficiente, aqui, para descrever cada artefato específico valorizado na cena gótica, nem para detalhar todas as formas complexas pelas quais góticos, individualmente, os selecionam, os combinam e sutilmente os transgridem.``

Eu tenho um estilo de vida não sigo uma tribo. é como se fosse uma religião ou o futebol só que meu uniforme do jogo de domingo é preta e segue certos padrões. Não uso drogas, não mostro meu corpo vulgarmente, não falo gírias, não sou depressiva, não tenho religião e amo a morbidez de viver.
Sou uma suicida da sociedade assumida, apesar de as vezes ficar muito brava com o modo que sou tratada na rua e nos estabelecimentos comerciais. ninguém senta do meu lado em ônibus ou metro, nunca sou atendida em lojas ou restaurantes como eu gostaria e a porta do banco sempre trava! Crianças tem medo de mim e os velhinhos me olham como se eu fosse um ET, as mães da escola dos meus filhos me odeiam...
mas amo essa paixão gótica pela noite, como isso começou eu não sei. Lembro de gostar de filmes de terror e do rock pesado que meu tio Otto ouvia. No inicio da minha adolescência ouvi falar na escola de um grupo que só se vestia de preto e andava pelo cemitério e pensei que eu com toda certeza era um deles. pintei meu cabelo de preto e pedi pro meu pai uma calça preta foi assim que começou.
Eu li muito, vi todos os filmes de vampiros e quando apareceu a internet eu pagava uma pequena fortuna na lan pesquisando. eu não tenho uma definição certa pra qual tipo de gotico eu sou por isso digo que sou um estilo de vida nao uma tribo!

I´ll be there for you








Quando eu era criança eu pensava em um conceito diferente de amizade que eu vejo hoje. meus amigos vinham na minha casa, dormimos juntos no inverno, tomávamos banhos de mangueira no verão. sempre havia uma briga sobre algo que hoje julgaríamos ridículo como aquela musica é infantil e não podemos ouvir; ou você não pode olhar para o garoto que eu gosto; ou te empresto meu livro favorito; sempre vestíamos a mesma roupa,e quando me tornei gótica elas reclamavam que eu usava muita roupa preta me apoiando na minha escolha ao mesmo tempo.
Uma chorava no colo da outra, íamos juntas pro banho, banheiro, escola, almoço, jantar, mercado, shopping, casa da vó, medico, escola. nossos pais davam bronca em todas juntas... todas tomaram o primeiro porre na mesma semana e a bronca na semana seguinte de todos os pais.
Hoje, casamos, mudamos, nossos filhos estão crescendo e é logico que fiz novas amizades. mas a internet fez com que não perdêssemos o contato ao mesmo tempo vejo que meus novos amigos desaprenderam a conviver em sociedade. hoje o que conta é a quantidade de pessoas que você tem em redes sociais mesmo que não converse com ninguém competindo a melhor foto ou ser mais feliz e vomitando seus conceitos pra quem quiser não ler. E quando as pessoas se encontram não tem assunto pq já conversaram tudo pelo computador, todo mundo é melhor amigo de todo mundo e é muito fácil ser melhor amigo de alguém em pouco tempo pra depois deixar essa pessoa de lado.
Na minha adolescência eu era popular. minha turma tinha mais de 30 pessoas e o bairro inteiro sabia quem eu era. minha fama ia longe e eu era respeitada em todos os grupos ( menos dos clubers), telefone era luxo e não tínhamos internet, pra ver alguém contavamos com a sorte ou combinar com semanas de antecedência, segredo era segredo e uma defendia a outra...
Oque aconteceu com os valores, o convívio social e a amizade???? Tenho a impressão que a amizade tornou-se uma coisa descartável e reciclável: você descarta aquele enquanto recicla outro grupo. Vocês julgam as pessoas sem realmente conhece-las tendo de referencia as redes sociais excluindo o verdadeiro sentimento de amizade.
como sera daqui dez anos????